aprofundando a palavra
Neste tempo
comum, celebramos os diversos aspectos do Mistério Pascal de Jesus,
contemplando o seu ministério e a sua missão de selar conosco a nova e eterna
Aliança. Jesus vem como esposo para celebrar as núpcias com o seu povo.
Na primeira
leitura, o Profeta Isaías, após edito de Ciro que autoriza a volta do exílio e
a reconstrução de Jerusalém, anuncia a fidelidade do amor de Deus em linguagem esponsal – “como a noiva é
alegria do noivo, assim também tu és a alegria de teu Deus” (Is 62,5) – por
isso, mesmo tendo sido a esposa infiel, Deus olha com amor para Jerusalém,
dizendo: “não mais te chamarão Abandonada,
e tua terra não mais será chamada Deserta; teu nome será Minha Predileta e tua
terra será a Bem-casada, pois o Senhor agradou-se de ti e tua terra será
desposada” (Is 62,4).
No
Evangelho, Jesus realiza o primeiro sinal, em Caná da Galileia, manifestando a
sua glória e os discípulos creram nele. A glória de Jesus está para além do
milagre em si, por isso, o evangelista usa o termo sinal, justamente para
indicar algo mais do que a transformação miraculosa da água em vinho, ou seja,
indica a missão de Jesus, que vem nos oferecer o vinho melhor, a sua vida de
amor, por isso, Maria nos pede que façamos tudo o que seu Filho nos disser.
Neste
sentido, o episódio de Caná tem valor programático, pois indica que a glória de
Jesus se manifestará no amor generoso na
Cruz, onde selará a nova e eterna Aliança com o seu povo, tornando-se assim o
esposo de Jerusalém (cf. Jo 3,29).
Por fim,
como participantes da nova Aliança, devemos reconhecer a manifestação do
Espírito Santo, através dos diversos dons, em vista do bem comum, a fim de que
vivamos a unidade na diversidade de ministérios, como sinal visível de comunhão
de amor entre nós, pois é Deus que realiza todas as coisas em todos (cf. 2a leitura).
Pe. Danival Milagres Coelho